Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apresentam:
COMO BAILA SAMPA
As danças a dois tiveram seu início há séculos e desenvolveram-se de forma orgânica em todos os continentes do mundo. Cada lugar com sua particularidade e suas características únicas. No Brasil, elas se desmembraram em uma série de estilos e manifestações populares que, como uma entidade viva, mantém-se em constante mudança e evolução.

As Danças de Salão paulistas, embora estejam constantemente presentes nas comunidades e eventos, tem muito pouco registro de sua história específica na cidade.
A cultura, os espaços disponíveis, as características da população formada em grande parte por migrantes de outras regiões, fez com que as danças populares de salão de São Paulo adquirissem formas únicas, no entanto, a característica de formação dessas modalidades, passada de mestre para aluno ou através da mimetíase de movimentos nos bailes, fez com que existam poucas fontes de consulta sobre suas origens, evoluções, tornando esse rico conteúdo perdido em “achismos” e informações muitas vezes distorcidas da realidade, passadas via oral.
É extremamente relevante registrar esse desenvolvimento dessa manifestação popular tão intimamente ligada ao social paulista, validando sua importância como arte e provedora de pontos culturais na cidade, nesse momento onde é possível absorver o conhecimento diretamente dos agentes fomentadores e responsáveis pela evolução e disseminação de estilos próprios da cidade.
A proposta do projeto é criar um registro do desenvolvimento das danças populares, praticadas nos salões de bailes da cidade de São Paulo, a partir de seu passado mais recente, os anos 80, que é considerado de retomada com o surgimento da lambada, após um período obscurecido pelo apelo das discotecas.
Aproveitando o oportuno momento em que boa parte dos pioneiros no ensino dessas danças na cidade encontram-se vivos, é possível obter seus depoimentos de primeira mão.
O projeto Como Baila Sampa propõe registrar esse ponto crucial da evolução, através de vídeo depoimentos, fotos e registros de vídeo, criando um acervo virtual que ficará disponível gratuitamente para acesso do público.
Como foi realizado o projeto Como Baila Sampa
O projeto Como Baila Sampa foi construído em quatro fases:
A primeira fase foi a pesquisa das personagens pioneiras e relevantes no desenvolvimento das danças de salão em São Paulo, principalmente da década de oitenta para cá, dos estilos característicos paulistas como samba-rock e o pagode e das características de ritmos oriundos de outras regiões do Brasil e Internacionais incorporadas a cultura local.
A segunda fase foi colher os vídeos-depoimentos dessas personagens, criando um acervo videográfico capaz de traçar uma linha histórica de desenvolvimento dessas danças, incluindo a maior variedade possível de estilos de danças a dois praticadas nos salões da cidade.
A terceira foi a criação de ambientes virtuais para a divulgação desse acervo como canal próprio do projeto no Youtube, perfil no Instagram e a criação de um site que reunirá todas as informações, escritas, fotográficas e videográficas. Esse arquivo permanecerá on-line e aberto para ser ampliado futuramente, pelo período mínimo de cinco anos, podendo ser estendido posteriormente.
A quarta e última fase foi a criação de nova obra coreográfica, baseada nas informações coletadas, caracterizada pelos movimentos da cultura da dança de salão paulistana, utilizando-se da linguagem da dança para demonstrar as origens e transformações dessa cultura.
Todo o material coletado foi disponibilizado para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, para ser utilizado e divulgado conforme achar pertinente.
O intuito do projeto é difundir as informações a todas as pessoas interessadas a fim de promover o conhecimento das danças populares de salão e conscientizar de sua relevância.